quinta-feira, maio 11, 2017

Resenha de Alriet, por Grazi Fontes

Começo essa resenha dizendo que romance romântico está longe de ser meu gênero preferido. Apesar disso, volta e meia eu baixo alguns ebooks de autoras nacionais, e irremediavelmente, a sua grande maioria é de romance romântico. Nem todos que baixei eu li, alguns eu abandonei porque simplesmente não deu. Então acreditem, se li e estou escrevendo essa resenha é porque no mínimo a leitura vale a pena.

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Resenha de Alriet, por Grazi Fontes

Participei recentemente de uma oficina de escrita criativa. Isso mudou um pouco a minha relação com a leitura. Li sobre algumas técnicas, e inevitavelmente passei a prestar mais atenção no estilo, escrita, linguagem, formas de narrar. O texto de Alriet é fácil de ler, a leitura flui, e se não tiver que acordar cedo no dia seguinte, dá pra ler todo ele numa virada. Quase fiz isso.

Apesar disso, quando comecei a ler Alriet, confesso que quase desisti. Isso porque a edição que eu li (não voou saber dizer se foi um problema só comigo) estava com problemas de revisão. Um errinho de concordância aqui, uma confusãozinha num trecho ali, detalhes que me incomodaram bastante.

Eu vi tantas vezes esse livro na minha time line do Instagram, tantas avaliações boas, resolvi insistir. E ainda bem que consegui ignorar alguns detalhes e seguir lendo. Não precisei ler metade do livro pra estória me pegar. É muito boa! Parece clichê, mas o modo que é contada não é. Os capítulos são narrados alternadamente entre os protagonistas, o casal Harriet e Alec.

Ou seja, até o último capítulo, vamos conhecendo os dois pontos de vista. Ficava furiosa com a Harriet num determinado capítulo narrado pelo Alec, e no capítulo seguinte via o lado dela, e meu desprezo recaía sobre Alec. Ás vezes estava lá torcendo pra alguma coisa acontecer junto com a personagem, e depois com o relato de Alec percebia que não aconteceria mesmo. É um modo de narrativa que te envolve, e tu fica querendo se meter e mudar as coisas, e se irrita com o fato de só estar dentro da cabeça de um e de outro sem poder fazer nada.

Sobre o enredo


Alriet conta a história de Alec e Harriet. Eles se conhecem na escola, literalmente se esbarram a caminho do colégio. Nasce uma amizade, muita água passa por de baixo dessa ponte, e eles se apaixonam.

E quando eu falo "muita água passa por de baixo dessa ponte" é realmente muita coisa. Eles têm uma amizade extraordinária, muitas coisas em comum, como gostar de rock (amam U2, como não amá-los?) e serem leitores inveterados (Agata Christie Divando nas estantes). Ambos são antissociais, mas, vida que segue. Vão se ajudando e sobrevivendo, integrando-se ao mundo. E é quando se aproximam da idade adulta que as coisas vão se complicando.

Aqui tem uns clichezinhos inevitáveis: Harriet amadurece primeiro, se doa mais para o relacionamento, aceita coisas inaceitáveis em 2017, poxa! Alec é o cafajeste estereotipado, tocando em uma banda, pegando mulher a rodo. A cada briga ele transa com mil mulheres, e ela trabalha, trabalha, no máximo visita uma amiga.

E sofre a pobre Harriet. Mesmo entendendo seu amor quase incondicional e total dedicação pela manutenção daquela amizade, achei um pouco demais. Até os últimos instantes Alec age daquela forma, foi quando quis dar na cara deles! hahaha Dela por não se respeitar, e dele por ser tão cretino.

Passada essa fase, o fechamento do livro é perfeito. E no epílogo, o desfecho sobre a música do pai que ele tentava lembrar... Foi simplesmente genial! É o tipo de detalhe que faz qualquer final, por mais simples e previsível que seja, se tornar apoteótico.

Único detalhe que pra mim ficou sem muito nexo é o fato de a história se passar em Bruxelas. Não temos uma visão muito clara da cidade, só em alguns momentos somos lembrados de que eles vivem lá. Isso não chega a interferir no enredo, não prejudica e também não acrescenta muito.

Se eu indico a leitura? Claro que sim!
Mas, tirem as crianças de perto desse livro! Tem cenas picantes, não muitas, mas explicitas.

Enquanto lia o livro tive contato com o novo álbum da banda Valente. Eu sei que o mais "normal" seria associar a história ao U2, mas achei que uma música fazia tão mais sentido como trilha. Vou deixar o link aí para vocês ouvirem.


E já aproveito assim para anunciar que no próximo post vamos falar de música, e de música muito boa!
=P

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