sexta-feira, maio 05, 2017

Resenha; 12 Doutores 12 Histórias

Finalmente, e infelizmente, terminei de ler "12 Dourores 12 Histórias". Finalmente, porque o bichinho é grande e pesado, são 460 páginas! E infelizmente porque esse livro definitivamente vai deixar saudades.

Ficha (nem tão) técnica!

O livro "12 Doutores 12 Histórias" é uma compilação de 12 histórias, como o título sugere. Uma de cada regeneração do Doctor Who. Esqueça por agora o que regeneração quer dizer, tente se prender aos fatos, ao longo da resenha que vem a seguir prometo que essa questão vai ficar um pouco menos esquisita.

Sobre as 12 histórias

Cada uma delas foi escrita por um autor, cada autor falou de um doutor. Este é, portanto, um livro de contos, ou histórias curtas. Por serem curtas, nota-se que quase todos autores optaram por contar uma "escapadinha" do Doutor da sua linha temporal como a conhecemos da série.

E sobre os autores, vale ressaltar que é uma seleta lista, com um pessoal que escreve muitas histórias fantásticas. Em cada nome, na resenha, coloquei o link para quem tiver curiosidade de saber um pouco mais sobre eles.

Explicando a essência que permite esse "recurso"

Doctor Who (sim esse é o seu nome) é um habitante do planeta Gallifrey. O planeta é habitado por uma raça conhecida como "Senhores do Tempo". Se autodenominam dessa forma por conseguirem perceber e, de certa forma, controlar o tempo. Além de "verem" o tempo, suas naves (que se chamam TARDIS) têm tecnologia capaz de viajar no tempo e no espaço.

Ou seja. Um Senhor do Tempo pode sair, viver mil anos, e voltar para o instante seguinte a sua saída. Ele vai, vive, volta e você acha que ele fez coisa nenhuma. Ao longo da série, por uma questão de narrativa, vemos o Doctor vivendo uma história de cada vez. Isso acontecia principalmente no que chamamos de "série clássica".

Explicando a cronologia da série

A chamada série clássica foi exibida entre os anos 60, 70, 80 e 90. Entre 1997 e 2004 a série passou por um hiato voltando a ser produzida a partir de 2005.

Com a série moderna várias mudanças ocorreram. Além de mais recursos de efeitos especiais, ainda que em 2005 tenha sido meio bizarro, novas linguagens audiovisuais foram sendo introduzidas. E o resultado foi mais liberdade para explorar esse ponto fundamental em Doctor Who que são as viagens no tempo. Imagine quanta coisa se pode fazer nesse "pulinho" dentro de uma máquina do tempo que se move também no espaço!

Por isso falei que as histórias do livro parecem essas escapadas do Doutor. Alguns autores, inclusive, exploraram algumas "janelas de tempo" que vimos na série para escrever as suas histórias. É o que vemos na 12ª por exemplo.

Outro detalhe das histórias é que nem todas elas explicam muita coisa. Em algumas, o Doutor já está em ação, ou chega e "vida que segue". Nós, Whovians podemos encarar de boa, e temos somos transportados para uma viagem mágica. Ali está o Doutor fazendo referências de suas passagens pela TV, quadrinhos, áudios e outros livros. Em outras, ele é apresentado, reforçando a personalidade de cada Doutor, dando mais vida ao personagem. Ganha-se de um jeito ou de outro: Whovian ou não.
 Para quem não conhece a história toda, são 12 histórias de ficção científica muito boas - umas mais, outras menos.

E para quem quiser ler mais sobre Doctor Who, tenho já alguns textos aqui no Blog, é só clicar nesse link #DoctorWho



Resenha; 12 Doutores 12 Histórias

Primeira História, Primeiro Doutor. É o Doutor ainda com o mesmo corpo que veio ao mundo, diretamente de Gallifrey para a Terra. Na série, esse Doctor já é velhinho, tem umas manias, era como os sábios costumavam ser retratados na época. E na história de Eoin Colfer, "Uma mãozinha para o Doutor", achei o personagem um pouco ágil demais. Eu amo a 6ª parte de "O Guia do Mochileiro das Galáxias" escrita por esse autor, "E tem outra coisa" é magnífica. Ele consegue captar muito bem a essência do Guia e fiquei chateada do mesmo não ter acontecido em Doctor Who. Achei estranhíssima a história da mãozinha (sem spoilers). Mas, para quem não assistiu ainda o Primeiro Doutor, a história é boa e vale muito a pena. Ótima para inicia um livro!

Segunda História, Segundo Doutor. É com ele que os fãs de Doctor Who descobrem mais esse truque dos "Senhores do Tempo de Gallifrey". Quando estão perto de morrer, o seu corpo se regenera modificando cada célula e entregando um corpo novinho, mantendo o "ser" e o "cérebro" que o habita. E além do corpo, sua personalidade muda. Mesma memória, pessoa afetada!

A Cidade sem nome, de Michael Scott, é maravilhosa! Primeiro porque o Companion da vez é Jamie, o melhor de todos os tempos. O autor captou bem a essência maluca e desajeitada o Doutor. Foi muito bom ter esse contato com esses personagens mais uma vez. E o conto é fantástico, quase que tudo dá errado, é emocionante como todo bom episódio da série.

Terceira História, Terceiro Doutor. Esse Doutor é o que mais tenho vivo na memória, dos doutores da clássica. Acabei de assistir a sua regeneração (ainda tô sofrendo). E a história "A lança do destino" contada por Marcus Sedgwick é boa mesmo! Tem o início tranquilo, conflito, o ápice e um final a altura do terceiro Doutor. Outra curiosidade é que essa leitura coincidiu com os episódios finais da 2ª temporada de Legends Of Tomorrow, que também é sobre viagens no tempo, tem Senhores do Tempo (humanos) e também tinha uma "lança do destino" causando problemas.

Quarta História, Quarto Doutor.

"As Raízes do Mal", de Philip Reeve
, é incrível. Super fantástica, fala de uma população que se organizou em uma estrutura capaz de criar a atmosfera de um planeta. E a super população é da Terra, humanos, é claro, sempre fugindo do planetinha que nós detonamos e tornamos inabitável. Eu não conheço a companion ótima dessa aventura porque recém comecei a assistir o quarto doutor. Eu achei ela a versão feminina do Jamie. Adorei! Mal posso esperar para vê-la em ação fora do livro.





Quinta História, Quinto Doutor. Patrick Ness escreveu "Na ponta da língua". Uma história de muita ficção científica misturada com comportamento humano doentio. É impressionante, quase uma distopia, e ao mesmo tempo, muito Doctor Who. Eu ainda não conheço o Quinto Doutor, a história quase não envolve viagem no tempo. É simples e muito forte, daria um ótimo episódio para a TV.

Sexta História, Sexto Doutor. Outro doutor que não conheço ainda. Em "Algo emprestado" de Richelle Mead, temos um tema muito recorrente na série, com fundo meio político. Ele trata de ciência, de cientistas loucos, de experiências em seres vivos, de racismo. Não posso dizer se o Doutor foi bem retratado, mas história é muito boa, de deixar qualquer apaixonado por sy-fy vibrar - ainda mais se for Whovian!

Sétima História, Sétimo Doutor. "O efeito de propagação", por Malorie Blackman, testa os nervos do Doutor confrontando e questionando o seu ódio! Sim, o Senhor do Tempo vive tempo demais, se mete demais onde não é chamado, faz inimigos no universo. Um dos principais são Os Daleks, habitantes do planeta Skaro. Nessa história, para resolver um problema o Doutor acaba criando outro ainda maior (olha que inesperado!). Não quero dar Spoilers, mas tem Dalek e é bom. Sem mais! :D

Oitava História, Oitavo Doutor: Esporo, por Alex Scarrow, é uma boa aventura do Doutor na Terra, enfrentando militares, e fazendo referência direta à Clássica. Para ter autorização ele diz que é da Unit, e manda falarem com o Brigadeiro Lethbridge-Stewart. E o que vem depois é algo muito série moderna, apesar de ser com um Doutor da clássica. Eu achei ótimo, mesmo não conhecendo esse doutor. Talvez o autor tenha se passado, deixado ele moderno demais. Whovians de passagem que me corrijam.

Nona História, Nono Doutor. Em "A Besta da Babilônia", por Charlie Higson, chegamos finalmente em terreno conhecido. O autor foi muito fiel ao personagem. O Nono Doutor tem toda uma questão de ser "novo" depois do hiato. Fato que foi justificado com uma Grande Guerra do Tempo em que o Doctor teve uma participação misteriosa, sendo o único sobrevivente da sua Raça no universo. Bem, e o conflito que ele se envolve é a cara do nono Doutor. E para quem não é Whovian vai ter uma ótima experiência de história fantástica.





Décima História, Décimo Doutor. Colocaria coraçõezinhos aqui se não fosse brega demais! Em "O Mistério da Cabana Assombrada" Derek Landy apresenta uma aventura do melhor Doutor Ever com uma das piores companions, a Martha Jones. O personagem ganha vida, a cena, é inacreditável o que o autor fez. Até a sem graça da Martha parece ela mesma. E eu amei o fora que ela leva do Doutor. Não seria o relacionamento Martha-Tenth se não tivesse algo assim. O conto se passa em uma história, a dos Encrenqueiros, aparentemente uma coleção bem conhecida na Inglaterra. Entre passagens pela vida de leituras de Martha, até Bella Swann e seu vampirinho aparecem. Um conto com o melhor Doutor falando sobre livros. Tem como ser melhor? Tem, se tivesse um Companion melhor, mas OK, a história é tão boa que nem vou reclamar muito.

Décima Primeira História... Já entenderam, né? 11º Doutor. "Hora nenhuma" tem como autor nada mais nada menos que Neil Gaiman. E eu detesto o 11º (não de verdade, mas não é meu preferido), e o conto é a cara do 11º que foi premiado na série por excelentes episódios. E esse é mais um deles. A companion é a Amy, thank God não é a Clara, e tem um vilão gigante, muito bom. O planeta Terra é comprado, inteirinho. Coisa fácil já que humanos adoram dinheiro. E o que acontece a partir disso, e como isso acontece, só lendo para acreditar. É genial!

Décima Segunda História, Ah! O 12º Doutor. Holly Black escreveu "Luzes apagadas". Antes, para quem não acompanha Doctor Who, conto-lhes que este Doutor está em sua última temporada, prestes a dizer adeus. A BBC fez a "boa ação" de contar aos fãs da saída do ator antes de iniciar a temporada (isso obriga o personagem a regenerar, como vocês já podem imaginar). Bem, então estou assistindo a série pensando no fim. E em meio a isso, esse conto, do Doutor recém regenerado do 11º, ainda em conflito sobre quem é. Quando a sua cara de mau e as suas sobrancelhas ainda assustavam. Essa é uma das histórias que comentei que aproveitam uma entrada do Doutor na TARDIS.

Na série ele entra sob o pretexto de ir buscar um café (ou entra e sai com um café simplesmente - não tenho certeza). A TARDIS parece que vai partir e volta. Nesse conto, tomamos conhecimento de que ele foi em um planeta distante, mas precisamente na estação espacial de um planeta, especializada em café. O terceiro melhor do universo, segundo nosso Doctor. O texto é quase uma poesia de tão lindo, super reflexivo, de uma sensibilidade única. Um dos contos mais bonitos literariamente falando. O personagem principal e narrador, que não é o Doutor, está passando por conflitos devido a uma transformação pela qual ele nem sabe direito que está passando. Ele e o Doutor estão em momentos semelhantes, e a forma como eles se ajudam é sensacional.


Sobre o conjunto total da obra, pra resumir, já que o post foi longo: Leiam!

E pra despedida, um pouquinho de Peter Capaldi, o 12º Doctor Espetaculoso, na sua primeira aparição.




=P


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