sexta-feira, março 31, 2017

Como consegui 1000 seguidores no Instagram em 30 dias!

Um dia eu achei que as coisas estavam muito paradas na minha vida, então me propus um desafio: criar um Instagram novo e a partir dele construir um público ativo capaz de gerar algum valor social. E então, uni o útil ao agradável. Aproveitei que esse blog estava perdido no oceano da web e resolvi conectá-lo a outras redes mais modernas, no caso o Instagram.



Porque o Instagram?


Primeiro, porque é uma rede que eu ainda não havia experimentado de verdade. Como social media (que sou) eu obviamente tenho um Instagram pessoal (fraco) e gerencio contas de clientes. Mas, o uso profissional de uma rede social é bastante contestável (meo deos serei demitida!).

Deixe-me explicar meu ponto de vista: meio social é para amigos, para compartilhar coisas que temos em comum com outras pessoas, formar grupos, interagir, jogar conversa fora também (principalmente) e se distrair. A plataforma/ferramenta chamada Instagram é um caminho para fazer tudo isso.

A maioria das empresas não conseguem aceitar, algumas não têm sequer a flexibilidade necessária para, uma conversa mais informal nos sites de redes sociais. Logo, por mais que nós social medias (e vou botar todo mundo no olho da rua agora) nos esforcemos muito para obter resultados maravilhosos para quem paga nosso salário, essas limitações do meio corporativo nos impedem de realizar algo assim, tão perfeito. E quando temos essa liberação, o resultado costuma ser muito bom e o que não faltam são exemplos aí: Prefs de Curitiba, o Cemi e... (acrescente um que tu lembrou aqui).

Então, ter total liberdade para interagir, criar, testar, era fundamental nesse processo. Por isso, usar esse blog me pareceu perfeito, porque ele sempre teve essa função. Desde 2006 (eu acho) venho desenhando o conteúdo do blog de acordo com a fase da minha vida: mais nerd, mais deprê, universitária, louca das séries e mais recentemente a louca dos livros.

Daí pensei, o blog ainda não tinha Instagram, e comecei a perceber que tinha um grupo novo (só se for pra mim) rolando nessa rede chamado "Instabookers" ou "BookInstagram" (sei lá), pessoas que lêem e gostam de compartilhar esse bom hábito/paixão/vício. E foi aí que tudo se formou na minha cabeça.


Primeiros passos...


- Dei um tapa no visual do blog (criando um esboço de marca pra não ficar tão feio), criei o perfil @blogsabeoque (olha a imagem ao lado, de dar inveja, né? Só que não! Mas, foi o que deu, e uma coisa por terminar é sempre melhor do que coisa nenhuma);

- Preenchi com os dados importantes (quem sou, o que faço, o que estou lendo - ou mais ou menos isso);
- Comecei a identificar quem poderia ser meu público de interesse e estabeleci uma meta de fazer um post por dia, sábados, domingos e feriados inclusive. Resultado? O Instabook nasceu. Agora era preciso mantê-lo vivo.


O que precisei fazer para o Instagram "bombar"?


O primeiro passo foi pensar no conteúdo - postei meio que qualquer coisa e então me vi com o dilema: O que faria as pessoas curtirem as minhas fotos? Comecei a visitar todos os perfis semelhantes ao que eu queria criar para ver o que eles postavam, como eram as fotos, o que escreviam e etc.

E o que eu descobri foi que o "sucesso" no Instagram vai muito além da qualidade das imagens, elas precisam ser originais, mas sem qualidade simplesmente não vingam - diferente do público do Facebook (ou Twitter) que aceitam qualquer coisa, desde que esta seja verdadeira. Tem alguns Instagrammers que criam todo um cenário para mostrar um título que estão lendo. A gente começa a perceber um padrão, uns são mais refinados, outros se utilizam de objetos curiosos e a criatividade corre livre leve e solta - a personalidade de cada um expressa em imagens.

Eu só cheguei a essa conclusão depois de alguns posts bem descuidados (muito esperta eu). Mas, como a ideia era aprender, deixei todos lá. E fui procurando melhor, pensar mais no "post nosso de cada dia". Por sorte o assunto principal dos posts é inesgotável, porque livro por aí é o que não falta, e quem gosta de livro fala até dos que ainda não leu, e isso não é um problema, porque é expressão de qualquer forma.

E eu já estava melhorando o conteúdo, e as coisas ainda não aconteciam. Então comecei a observar os "movimentos sociais" que regiam dentro da rede Instagram. Os apaixonados por livros não só postavam fotos. Eles escrevem textões em seus posts. E eu observei que muitos deles tinham comentários, com respostas, e conversações entre os Instagrammers. E foi aí que caiu por terra uma crença que algumas pessoas têm, de que:


1. Ninguém mais lê; 2. Instagram é só foto e 3. Instagram não é uma rede social. Errado!


Rola muita interação no Instagram, as pessoas usam a foto para falar de si, para indicar outros Instagrams, para dar dicas, receitas, o que vocês imaginarem. E para "bombar" no Instagram, tu precisa entrar para esse clube, fazer parte dessa turma. O que significa (para o sofrimento dos preguiçosos), que é preciso ler o que as pessoas escrevem e interagir com elas. E isso é penoso quando você não tem assunto, não gosta do tema e etc. Por sorte escolhi fazer esse estudo em cima de um tema que eu adoro, sobre livros, com um objetivo que também adoro, redes sociais.

Neste post da imagem eu falei um pouco do meu carinho pelo livro "O pequeno príncipe", alguns comentários foram bem legais "até".



Fazer "sucesso" nas redes sociais exige tempo e persistência


Foi o que eu constatei até aqui: criar imagens, conteúdos interessantes, pensar nos textos, ler livros (porque né, não tem como ser diferente), ler o que as pessoas estão falando, interagir com elas (e continuar trabalhando, porque essa atividade extra não paga as contas). O que eu fiz (e sigo fazendo) foi ocupar meu tempo livre para essas tarefas, e o tempo passa voando quando a gente faz isso. E às vezes é cansativo, porque é um trabalho, afinal.


E tem mais uma coisa... 


Mesmo interagindo, ainda não vinham muitos likes para as minhas fotos, nem todo "seguir" resultava num "seguir de volta", e a coisa ainda não aconteceria se eu não curtisse fotos. Vai numa hashtag e curte, curte, curte. Vai no feed, curte, curte, comenta. Vai para outra hashtag, busca mais pessoas que podem ser interessantes (e, caramba! é meia noite, preciso ir dormir).

Conseguem perceber como isso é complexo, o quanto requer tempo, dedicação? Isso é ser social media. E o trabalho ainda não acabou. Porque, se hoje eu parar de fazer tudo isso, talvez os seguidores não desapareçam, mas o engajamento sim, e com ele toda visibilidade (que nem é grandes coisas) atingida até aqui. O que quer dizer que sim, devo continuar com o trabalho, até porque tenho me divertido muito com ele. O que dá total sentido a tudo isso: estar em uma rede social, fazendo o que gosto e me divertindo.



E tudo isso para conseguir 1000 seguidores?


Pois é, pouco menos de 30 dias, um pouco mais do que 1000 seguidores, conquistados a duras penas, seguindo muitos, deixando de seguir quem não segue de volta, seguindo outros. Porque deixar de seguir? Porque tu precisa de uma "reputação" online. Um perfil que segue mais do que é seguido não deve ser bom. Então tem que ver quem vale a pena seguir sem ser seguido, tem que ser o suprassumo do teu "tema", no meu caso editoras e livrarias, ou pessoas muito boas.


No mais, é procurar o público certo, não só para que te sigam de volta. Esses tu consegue fácil: segue todo mundo, segue por hashtags do tipo Follow-Like-Comments.


Não caia nessa de SDV por SDV!


Existem hashtags "mágicas" para conseguir novos seguidores, como #f4f #followback e etc. Assim como as de "likes" #likeall #liker e por aí vai. Elas podem até dar resultado se você quiser só números. Mas, se a ideia é construir uma rede engajada, essas pessoas não vão te servir para nada. Elas não vão interagir de um jeito que te faça parecer "massa" e as que te seguirem vão te deixar num dilema:
- se tu não seguir de volta vão deixar de te seguir
- se tu seguir de volta, teu feed vai ficar cheio de coisas que tu não curte, tirando o lugar daquelas que te interessam, e que podem te deixar mais famoso (ui!), posts para curtir e comentar e ter resultados melhores.

Sem falar que quem está pelo Instagram sempre percebe, não só pelas hashtags, mas também porque os comentários robotizados "cool" "nice" "your awesome" te denunciam. E fica chato! Por isso é melhor curtir fotos em hashtags e seguir pessoas que seguem instagrammers que tu vê que podem ser um contato em potencial.


Apesar de tudo, algumas hashtags são importantes!


E mais importante ainda é identificá-las. Tem as obrigatórias, no meu caso, sobre livros, leitura, se o livro é nacional, a que grupo social pertence, a quais interesses, tudo que for relacionado ao conteúdo que tu está postando, precisa de uma hashtag. E além disso, marcar a editora pode ser bom, o autor que está no Instagram melhor ainda, e evite marcar todo mundo, mesmo que tu acredite que a pessoa vá gostar. Eu não gosto.

E, por fim, aceite a dinâmica da rede. 


Todo o grupo tem hábitos e rituais, costumes, enfim. Tu precisa identificar e, se quiser fazer parte disso, entrar para o clube. No caso dos instabooks, existe uma coisa de "desafios" e "tags". Um instagrammer te marca sugerindo que tu faça alguma coisa. Hoje respondi a minha primeira "tag", que era simples até, só responder algumas perguntas simples sobre mim. Mas, existem outras mais elaboradas, em que tu precisa postar a foto de um livro, relacionar obras a outros Instagrammers ou criar textos com títulos de livros. Divertido? Interessante? Seja qual for a resposta, é isso que te espera, (ame ou deixe).

E quando menciono essa "dinâmica da rede" dá pra entender um pouco mais porque essa é uma situação complicada para uma empresa. Imagina que liberdade eu teria de propor esse desafio para uma doutora, ou para uma empresa que faz equipamentos eletrônicos. Que seja! Além de não fazer muito sentido, talvez as organizações tenham que focar em temas e conversações mais pertinentes a sua atividade. Sem mencionar aquelas que pensam que o espaço está li apenas para que você compre, tudo que ela tem para vender (sério, gente, não faça isso "em casa").


Sabe o que é?


Esse mundo das redes sociais na internet é tão complexo quanto as relações sociais na vida da gente, porque redes sociais na internet já é a vida da gente. Então, não vai achando que com qualquer meia dúzia de receitas e algumas ferramentas tu vai ser o influenciador da vez. A minha dica (como pessoa que ainda está aí lutando para entender tudo isso também) é: vai com calma, tenta se divertir e (citando Scalene) "de bom, algo virá".



E se quiser me seguir: instagram.com/blogsabeoque

=P

sexta-feira, março 24, 2017

Resenha: O demônio das comparações, por Maurizio Ferrante

Senta, que lá vem textão! Antes de resenhar "O demônio das comparações", por Maurizio Ferrante, deixa eu contar como cheguei até ele!

Um dia cheguei do trabalho me sentindo ryca. Tudo porque tinha recebido um email da Amazon oferecendo R$10,00 de desconto em compras no site. Fui até lá pesquisar os livros de sempre: Doctor Who (estava namorando "12 Doutores - 12 Histórias" e alguns títulos mais "técnicos" como os livros do Clay Shirky. Mas, neste dia tinha um banner anunciando livros por preços imperdíveis, e me pus a navegar, lendo títulos, parando em um ou outro para ver quem era o autor, qual era o enredo.

Foi assim que, entre tantos títulos, encontrei "O demônio das comparações". Nunca tinha ouvido falar de Maurizio Ferrante, nem do que se tratava a obra. Li a sinopse do site, vi o preço, algo em torno de R$6,00 e pensei "por quê não?", e coloquei no carrinho, junto com "12 Doutores - 12 Histórias", afinal eu tinha dez real de desconto, "tava podendo".

Quando o livro chegou, a surpresa! Estava todo envelhecido, com manchas nas bordas, fedendo. Reclamei com a Amazon, eles foram rápidos em me mandar um novo exemplar. E, acreditem, estava no mesmo estado. Fiquei um pouco decepcionada, um pouco chateada, o pessoal do atendimento no Twitter pediu pra eu mandar o telefone... Mas, tinha pagado tão pouco pelo livro, dava pra ler, então deixei assim. Alguns dias depois, quando terminei de ler o livro anterior (Sherlock Holmes), mergulhei no universo desconhecido de um livro que nunca tinha ouvido falar.



Resenha: O demônio das comparações, por Maurizio Ferrante

Primeiro é importante dizer que o livro, diferente do que eu esperava - acho que essa era a única expectativa formada sobre ele - é na verdade um livro de contos - 12 contos para ser mais exata. Na apresentação, Deonísio da Silva, Geraldo Galvão Ferraz e Ignácio de Loyola Brandão contam um pouco sobre o título "O demônio das comparações", sobre o autor, que é italiano, e de como ele veio a fazer parte do cenário literário brasileiro. O conto que leva o nome do livro ganhou um concurso literário e surpreendeu os "jurados" quando estes descobriram que tinha sido escrito por um italiano.

E assim, entro no primeiro ponto muito positivo: o autor escreve bem demais, se não contassem que é italiano eu não acreditaria. A escrita é de um lirismo delicioso, a forma como brinca com as palavras, que sugere e cria imagens em nossa mente, é fantástico! Mesmo os contos que eram mais fraquinhos, ou que não me interessaram tanto, foram muito bons de ler pelo estilo do autor - que por sinal é engenheiro, quebrando mais um preconceito na minha cabeça.


Os 12 contos em "O demônio das comparações"

Os contos têm um ponto em comum, e que é esperado de um conto: todos são carregados de sentimentos, memórias e histórias marcadas por uma "quebra" ou surpresa, ou tragédia. Algumas estórias são focadas no cotidiano, um dia qualquer em que algo diferente aconteceu, outras narram um passado de outra personagem.

Em alguns, como no "A subida da serra" e no "A balança dos pesos viciados que no fim das contas pesava certo" o conto está em primeira pessoa e subitamente passa a continuação para outro interlocutor. Alguns interrompem a narrativa, de repente, com um diálogo inesperado. A sensação é a mesma de quando se está quase dormindo em frente a TV e um ruído quebra a ordem das coisas e nos faz querer entender o que estava acontecendo até ali, e depois daquele ponto não conseguimos mais desviar a atenção.

As estratégias que o autor usa são geniais, e o gosto pela leitura vai aumentando a cada conto, apesar dos desfechos, apesar da estranheza, ou da tristeza que bate depois de alguns deles. Há muita nostalgia envolvida em muitos deles, personagens remexendo memórias, compartilhando angústias. É um conteúdo denso que, disfarçado pela escrita poética, se torna leve e a leitura flui.

Enquanto seguia com a leitura de um conto e outro, ficava tentando entender pra onde o autor queria nos levar. Remexi algumas memórias, inspirei-me para escrever uns contos na oficina de escrita literária, e comecei a pensar liricamente enquanto lia esse livro. Acho que assim, pensando sobre tudo isso, entendi a proposta do autor.

Eu estava numa onda bem livro de ficção científica, mistério, coisas de outro mundo. Esse livro quebrou a minha rotina literária, e foi muito bom. Mas, daí, o autor surpreende de novo com "A história que não poderia ser contada", que de certo modo é futurista, apocalíptica e meio syfy, com final irônico muito bom; e também com "A segunda costela" que nos faz voltar 100.000 anos e pensar um pouco sobre como nasceu a amizade mais linda que pode existir, entre homem e o cachorro.

Sério, o livro como um todo é lindo e vai agradar qualquer pessoa que aprecie a boa leitura. Então, recomendo muito.


Sou diferentona mesmo! 

Fora toda a surpresa e descobertas, fiquei mais inspirada a me aventurar em obras de que ninguém fala. Aliás essa parece ser a minha sina: ser indie, além da música, até no gosto literário. Enquanto todo mundo só fala de Stephen King, ou de 1099889 tons de cinza e outros best sellers, lá vai eu, saindo da curva e me divertindo com obras únicas de autores nem tão populares. Vale até um "muito obrigada" editoras como a "Escrituras" que tornam esse momento possível. :P

Aliás, a surpresa foi tão positiva que me arrisquei a ler um e-book outro dia, baixado de graça, cuja resenha está no post anterior. Prova de que sair um pouco da curva pode ser uma boa ideia.

E isso me faz lembrar, inclusive, da minha próxima leitura. "Lá vem todo mundo", por Clay Shirky. Bem, como dia a minha bio aqui no blog, sou Relações Públicas de formação, não tenho a felicidade de viver de blog, sou Social Media, e preciso ler obras da minha área também. Mas, algo me diz que essa vai ser mais uma boa leitura, pois fala de algo muito curioso dos seres humanos, a mania de seguir as multidões. Nunca entendi isso, e a expectativa pro livro é compreender melhor esse comportamento.

Espero conseguir escrever uma resenha sobre ele. Talvez mesclando com a do "Contágio: por que as coisas pegam" que, estou achando que seguem uma ideia próxima, ainda que o Shirky pareça mais técnico. Veremos!

=P


domingo, março 19, 2017

Resenha: Além da Amizade, por Clara Alves

Este post não vai ser apenas uma resenha sobre o livro "Além da Amizade" da escritora Clara Alves. Além de comentar a obra quero aproveitar para falar de outras questões que essa leitura me proporcionou e que me fizeram pensar melhor a respeito de: preconceito, feminismo, mercado literário.

Quem leu o livro "Além da amizade", ou já topou por aí com algum anúncio dele pela internet, deve estar se perguntando de onde tirei tanta reflexão como as mencionadas na introdução. E acho bom já começar explicando: participei de um congresso que discutiu preconceito e feminismo no mercado publicitário enquanto lia esse livro. Baixei esse livro gratuitamente no Kindle. Isso explica as reflexões que foram além da simples leitura de uma história, muito bem escrita, já adianto.



Sobre a escolha do "Além da amizade" 

Eu costumo ler em trânsito, e como moro em Porto Alegre (em que fomos privados de fazer o bom uso de equipamentos eletrônicos que tenham algum valor, sob pena de perdê-los para a bandidagem que anda solta), leio sempre livros físicos no transporte coletivo. Por outro lado, sinto falta de ler antes de dormir, e não tenho uma luminária na cabeceira da minha cama para dar continuidade à leitura do dia. Então, estava rolando da time line do Instagram e me deparei com os posts da autora Clara Alves comemorando que o livro dela estava entre os mais baixados.

Então, fui até a loja Kindle e baixei o livro, com a intenção de "dar uma lida" despretensiosamente. Assim que comecei a ler identifiquei: escritora nova e jovem, escrita simples, para adolescente, é provável. E continuei, estória de adolescentes, é... boazinha. Nisso, passei o primeiro, o segundo, quando vi era quase 2h da manhã e já estava indo para o sexto capítulo. Primeiro "tapa na cara". Fui dormir.

No dia seguinte, enquanto continuava a leitura "do dia", sentia falta de ler "Além da amizade". À noite retomei a leitura, mais uns vários capítulos lidos. E foi assim até que na sexta-feira, sem ter que trabalhar no dia seguinte, simplesmente virei a noite para terminar a leitura. E no final, além da curiosidade sobre o destino dos personagens, voltei a pensar nas ideias que tive ao começar a leitura e do quão surpreendente foi o resultado dessa experiência.


Resenha de "Além da amizade", por Clara Alves

A estória se passa no Rio de Janeiro, retrata um ano da vida de uma adolescente, Anna, que é a narradora. O livro é todo em primeira pessoa, o que nos faz mergulhar de cabeça nos acontecimentos, sentindo cada tropeço da protagonista, lembrando das besteiras que a gente fez na adolescência e se encantando com ela. Isso porque, embora ela faça um monte de besteiras, como qualquer adolescente, ela reflete sobre tudo, aprende, passa por cima do seu orgulho, e procura fazer o certo. Anna é uma fofa e não demora muito para que a gente comece a torcer por ela.

Um fato: no primeiro capítulo a gente sabe do que o "Além da amizade" se trata afinal: Anna é apaixonada por Natan. E não demora muito para a gente ver que ela é correspondida. E tudo gira em torno desse "problema". Parece simples, né? E é. Mas, tantos outros problemas da adolescência são inseridos neste contexto, complexificando a vida da nossa personagem, transformando um problema simples num pesadelo sem fim.

A narrativa é simples, mas envolvente. Enquanto lia, vi minhas lembranças sendo reviradas, adolescer é, afinal, quase igual pra todo mundo, com algumas poucas diferenças. As paixonites, as confusões de sentimentos, os problemas familiares se atravessando enquanto temos que lidar com os problemas sociais, o colégio, as tempestades, a superação, as mudanças constantes e guinadas da vida que acontecem e se resolvem, às vezes, no mesmo dia. E Clara Alves consegue incluir cada pitada desse universo sutilmente e muito natural.

Adorei a leitura, é um livro que pode ser, inclusive, indicado para adolescente. É intenso, mas puro, sem apelação sexual, nem exageros ou comportamentos inadequados. Ótimo para quem está inciando o hábito para leitura, ou para as tias, como eu, reviverem um pouco desse universo, e lembrar como ele é difícil, e como a gente sofria por tão pouco. hehe Sim! Apesar de alguns dos conflitos da Anna serem bem sérios, outros certamente poderiam ser resolvidos muito facilmente.

E no final, bem, tudo o que queremos é ver Nina (apelido fofo dado pelo seu melhor amigo) e Nael (apelido que ela deu ao próprio) se acertarem de uma vez, genteeeee! Mas, apesar das voltas do destino, e das complicações da vida e barreiras que os próprios personagens vão colocando pelo caminho, essa não é uma história em que a emoção fica para o final. É uma montanha russa, como o próprio Natan fala em determinado momento.

Em resumo, o livro tem uma história e personagens cativantes. Vale muito a leitura!


Sobre preconceito, feminismo e mercado literário

O preconceito acredito que tenha explicado lá no início, quando contei a minha primeira impressão sobre o livro. Ter julgado que um livro gratuito, de uma escritora nova e jovem não poderia ser surpreendente. Que coisa feia!

O feminismo, como disse, foi algo que fiquei pensando depois das discussões que ouvi no congresso. O resultado é que: temos que apoiar mais as mulheres, não só na literatura. Conhecer e trazer ao grande público meninas como a Clara Alves, que com 23 anos escreveu um livro, tão bem escrito. E alguém pode dizer: ah, até parece que o cara não poderia ter escrito algo assim também. É, pode, mas a literatura está cheia deles! Enquanto não tivermos meio a meio o número de mulheres e homens escritores, a gente tem que buscar escritoras boas como a Clara Alves, e outras mais, até que o número esteja equilibrado. É o certo.

E sobre o mercado literário, gostaria de acrescentar que esse livro foi baixado legalmente, gratuitamente, e me senti em dívida com a autora. É uma obra completa, é uma escritora independente, e consumi a sua obra sem lhe dar um único centavo. Já pararam para pensar sobre isso? Alguém teve o trabalho de pesquisar, pensar e escrever 364 páginas. Já pensou no trabalho que isso dá?

Hoje, se tu for procurar o livro dela na Amazon, custa R$5,99, e isso é quase de graça, se pensar na qualidade da obra. Então, a minha sugestão é, aproveite! Compre o livro "Além da amizade" clicando aqui.


A imagem pode conter: 1 pessoa, sorrindo, montanha, atividades ao ar livre e naturezaConheça a autora Clara Alves:

Carioca de 23 anos, Clara Alves é escritora e estudante de jornalismo. Curiosa e apaixonada pelo mundo, sua paixão pela leitura e escrita a fez seguir a estrada da Comunicação Social. No entanto, costuma dizer que a única certeza que tem na vida é que está no caminho certo para se descobrir.

Siga no Instagram @claraescritora
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Siga no Wattpad: wattpad.com/user/claraalves

Ou compre o livro físico lá no site dela: www.claralves.com.br


sexta-feira, março 10, 2017

Resenha: O Signo Dos Quatro, por Sir Arthur Conan Doyle

Bem, essa história de Sherlock Holmes é a segunda das aventuras do detetive contadas por Sir Arthur Conan Doyle. E a "pessoa" aqui fez a besteira de ler, antes do Signo dos Quatro, outros dois livros: "O cão de Baskervilles" e "O vale do terror".

E foi uma besteira porque nesses outros livros, já há um entrosamento entre Sherlock e Watson, sugerindo que já convivem há mais tempo. Além disso, essas duas histórias me deram uma desanimada com a série, o que foi rapidamente desfeito ao ler "O signo dos quatro" (ainda bem que resolvi fechar a primeira "leva" de quatro livros). Quando terminei de ler "O vale do terror", fui pras internê descobrir a ordem certa dos livros e descobri essa questão dos quatro primeiros.



Neste segundo livro da série, Sherlock tem sua personalidade mais bem apresentada, suas fragilidades expostas a flor da pele. Watson descreve o vício do seu amigo, o seu incômodo por esse mau hábito, e dá a Sherlock a chance de se explicar. É quando entendemos que todo seu brilhantismo tem um custo, ou um lado negativo. Gostei muito da forma como o problema é explicado, em meio aos acontecimentos, e ao final deles.


O livro é brilhante!

Acho que esse é melhor ainda do que a primeira história do Sherlock Holmes, "Um estudo em vermelho" (leia a resenha aqui!). É certamente onde os personagens do detetive e seu amigo melhor se apresentam. E o caso é contado sem enrolação. Adorei!

Eu vinha dos outros dois livros com uma vontade de abandonar a série, eles são uma enrolação só. Eu perdia a curiosidade de saber o desfecho da história de tantas vezes que ela se repetia. No fim, quando o caso é resolvido, vinham histórias que nada tinham a ver com Sherlock e foram loooooongas. Muito massante!

Já em "O Signo Dos Quatro" tudo voa, e a curiosidade aumenta, chega meio que a resolução, e depois fica a ansiedade com a caça do culpado e o encerramento do caso.


O padrão nos livros de Sir Arthur Conan Doyle

Embora tenha lido "O cão de Baskervilles" e  "O vale do terror", não cheguei a escrever resenha longa aqui no blog, me contentei com as resenhas no Skoob (aliás, quem quiser, pode me seguir por lá também). Isso porque identifiquei um padrão nas histórias de Sherlock Holmes criadas por Doyle. Sempre iniciam com o recebimento de um caso, depois a investigação, a explicação do Sherlock sobre as suas deduções, a solução do caso, a prisão do culpado e a história que levou ao crime, coisa que, obviamente, Sherlock Holmes não tem como saber.

É claro, há de se considerar que esses livros eram na verdade novelas publicadas em jornal diário. Então é compreensível que elas tenham uma fórmula e um estilo próprio para cativar os leitores, e isso não desmereceu as obras até aqui. Os casos são bem elaborados, a perspicácia de Sherlock bem fundamentada, tudo certo.


Até aqui, recomendo a leitura dos romances, até dos dois últimos (não tão brilhantes). Adicionei a mini resenha deles aqui também, caso alguém fique curioso, mas com preguiça de ir no Skoob ler. 

"O cão dos Baskerville" se passa em um período em que Watson e Holmes estão já bem entrosados, tendo passado por muitos casos, e as histórias escritas pelo companheiro de Sherlock fazem sucesso na Inglaterra. A fama do detetive trás esse caso vindo de uma cidadezinha do interior e Sherlock fica empolgado com o mistério aparentemente sobrenatural.

A forma como a trama vai se desenrolando e trazendo novos elementos o tempo inteiro, bem como os altos e baixos, emoções e mistério que vai ficando mais complexo é o ponto alto em O Cão de Baskerville. É emocionante às vezes. Apenas o resumo final, depois que o caso é resolvido que eu achei mais monótono, mas vale a leitura. Adorei o mistério!


Por hora vou dar um tempo nos livros de Sherlock Holmes, mas prometo voltar à série, assim que terminar outros livros que estão "na fila".


Quanto ao "O vale do terror", a primeira parte é ótima, já a segunda...

Este é o terceiro livro que leio de Sherlock Holmes, e já percebi o padrão das histórias. É bom, mas foi um pouco previsível em alguns momentos. Eu meio que esperava pela reviravolta, ainda que não tivesse ideia de como seria o desenrolar da trama.

O caso se encerra com a primeira parte do livro, que é seguido por uma nova história contada em notas deixada pela vítima da primeira parte. E é bem cansativa. Deixa de ser Sherlock e vira uma nova história, sem muito mistério.

Esse recurso é semelhante ao que foi usado no "O cão de Baskerville", só que neste outro a história era mais interessante.


E se mais alguém aqui tem dúvida quanto a ordem certa dos livros com as aventuras de Sherlock Holmes, segue a lista!


Romances

Um estudo em vermelho - (A Study in Scarlet) - romance publicado em 1887.
O signo dos quatro - (The Sign of the Four) - romance publicado em 1890.
O Cão dos Baskervilles - (The Hound of the Baskervilles) - romance publicado em 1901.
O vale do terror - (The Valley of Fear) - romance publicado em 1915.


Contos

As Aventuras de Sherlock Holmes (The Adventures of Sherlock Holmes): série de 12 contos publicada em 1892.
Memórias de Sherlock Holmes (The Memoirs of Sherlock Holmes): série de 11 contos publicada em 1894.
O Retorno de Sherlock Holmes (The Return of Sherlock Holmes): série de 13 contos publicada em 1905.
O último adeus de Sherlock Holmes (His Last Bow): série de 8 contos publicada em 1917.
Os Arquivos de Sherlock Holmes (The Case-Book of Sherlock Holmes): série de 12 contos publicada em 1927.



=P

quarta-feira, março 01, 2017

TOP 10: As músicas mais ouvidas nos anos 80

Com tanta breguice musical rolando por aí hoje em dia, comecei a pensar no que era considerado brega nos anos 80. Toda época tem os seus clássicos, que todos adoram chamar de brega, mas que no fundo todo mundo ama, e canta do início ao fim. Aos nascidos depois dos anos 90 e que não tem um saudosista na família que o tenha apresentado a essas pérolas: aproveite para conhecer! :P

Aqui está o meu TOP 10, com as músicas mais ouvidas, mais tocadas, mais pedidas, nos anos 80. Eu cresci ouvindo o que as minhas irmãs mais velhas gostavam de ouvir, e o que a minha mãe gostava. Então meu repertório brega é extenso e variado: passa por "Ovelha", "Fábio Jr", "João Penca e seu miquinhos adestrados", e tudo o que tocava nas rádios nos anos 80. 

Estabeleci alguns critérios para formar essa lista: primeiro, só incluí músicas internacionais; depois, selecionei as que mais ouvida, e as que gostava, ou que marcaram por algum motivo, e algumas que continuei ouvindo (por conta própria ou não) nos ano 90. E aí está!

TOP 10: As músicas mais ouvidas nos anos 80


7- Big In Japan - Alphaville 
8- Thriller - Michael Jackson

* Clica no nome da música para assistir ao vídeo, para recordar ou para conhecer e apreciar! KKKKK

Invejosos dirão que a história não foi bem assim, que Thriller foi muito mais tocada do que "Wake Me Up Before You Go Go", e que "Like A Player" não foi a mais pedida da Madonna. Mas, essa lista foi colocada na ordem que eu me lembro e que mais gosto, então, 8º lugar para Michael Jackson está ótimo. 

"She Bop" da Cyndi Lauper não é a música mais conhecida dela, eu sequer lembro se ela tocou no rádio. E se ela está nessa lista de TOP 10, é porque eu amo essa música e lembro de tê-la ouvido por muitos anos, e se tocar hoje eu ainda vou ouvir bem faceira. Sem falar que o clipe é algo que data muito a música. Tu bate o olho e sabe que é anos 80. Acho isso muito legal.

A Cyndi foi ofuscada pelo sucesso louco da Madonna e pela disputa dela com Michael pelo reinado do POP. "Girls Just To Want To Have Fun" foi a primeira que pensei em colocar nesta lista, assim como "Like A Virgin", para Madonna. Mas, não seria justo, ela tem um disco repleto de hits incríveis, não dá pra ficar na mesmice. E quanto à Madonna, ela começou a causar na cena POP com o clipe polêmico de "Like A Virgin", e acho que foi aqui que ela aprendeu a fórmula pra ficar cada dia mais falada e ryca.

"Livin' On A Player" está tão bem posicionada porque ainda amo essa música (me julguem!), assim como outras clássicas do Bon Jovi, que na real acho que comecei a conhecer e a gostar só depois, nos anos 90. Mais um motivo para estar aqui, atravessaram o tempo.

E Whan!, minha gente, é algo inexplicável. Essa música é sensacional e a cara dos anos 80, e a banda é só mais uma banda de uma música só. E como se parece com Queen? Alguém mais notou? Nunca ouvi comentários a respeito. E Queen, com "Radio Ga Ga" é outra daquelas que atravessaram o tempo, e não tem quem não se impressione com a música, que parece brega, talvez seja, mas é daquele tipo de música brega que a gente ama odiar, ou odeia amar, quem sabe?

E as músicas que estão ali na lista e não citei, são as chatas, chicletes, que tocavam muito, que não dava pra evitar. Sou capaz de canta-las do início ao fim, e não gosto nem um pouco disso. Tipo o sentimento com "Somebody Told Me" do The Killers.


E porque adoro Cyndi Lauper, deixo o clipe de She Bop aqui em destaque! :)




Bem, é isso. Para marcar a quarta-feira de cinzas, um post com bom humor e nostalgia.

=P




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